Bonito CineSur abre sua 3ª edição com homenagem à atriz paraguaia Ana Brun
Data: 26/07/2025
Bonito, um dos destinos de ecoturismo mais famosos do Brasil, abre a 3ª edição do Bonito CineSur – Festival de Cinema Sul-Americano. O Festival, que começou ontem (25), no Centro de Convenções da cidade, no Auditório Kadiwéu, teve como apresentadores os atores Antônio Pitanga e Maeve Jinkings, que iniciaram a cerimônia de abertura citando a importância do cinema como combustível para os nossos sonhos e como ponto de partida para transformarmos a realidade. Eles também definiram o CineSur como um território privilegiado desse ritual: de potência, de realização e de transformação.
Aplaudida de pé pela plateia, a paraguaia Ana Brun foi a grande homenageada da noite. Celebrada por sua trajetória, talento e paixão pelo cinema, a atriz se emocionou muito ao receber o Prêmio Pantanal, um reconhecimento pela sua contribuição à sétima arte. “Estou encantada com o que Bonito tem feito com o CineSur, pois é importante que fomentemos as produções, que contemos nossas histórias, nossas tristezas e nossas alegrias para que este mundo seja um pouco melhor”. Ana Brun é vencedora do Urso de Prata de melhor interpretação feminina no Festival de Berlim por sua atuação em “As Herdeiras” (2018), de Marcelo Martinessi, exibido na noite de ontem. Até hoje, apenas cinco atrizes sul-americanas conquistaram tal prêmio.
Nilson Rodrigues, diretor do Festival, destacou o evento como um espaço de encontro do audiovisual sul-americano, que busca a diversidade cinematográfica e discute caminhos para superar as barreiras. Ele defendeu a integração do continente. “Bonito é um excelente cenário para iniciar um debate de integração da América do Sul, tornando-o um bloco econômico e social. Há um grande mercado a ser explorado, são muitos países, muita gente e um grande potencial”, afirmou. “É preciso conhecer a riqueza da produção realizada aqui e criar condições para que haja circulação entre elas nos países do continente.”
O diretor-presidente da Fundação de Turismo, Bruno Wendling, diz que ter um evento – que já nasceu grande – traz um valor imensurável para a cidade. “A comunidade também tem a oportunidade de beber na fonte do cinema. Então, esse movimento é também de transformação. É sobre o que se deixa de herança para a população e como isso impacta na formação das pessoas que participam até das oficinas que são ofertadas e podem servir de trabalho no futuro”.
Representando o Ministério da Cultura, o assessor da Secretaria Executiva, Yuri Soares, destacou a relevância democrática do Festival. “Enquanto alguns países ameaçam sobretaxar filmes que não sejam oriundos de seu próprio território, o Cinesur vai no sentido oposto disso. Enquanto alguns acreditam no protecionismo cultural, o evento prova que a gente precisa mesmo é do internacionalismo cultural para fomentar a diversidade”.
O deputado federal Vander Loubet, autor da emenda parlamentar que possibilita a realização do Festival, se diz orgulhoso de ver o destaque que o evento alcançou. “O cinema constrói pontes e eu acredito que as ações são mais rápidas quando são feitas em conjunto. E aqui é uma demonstração disso: uma iniciativa do prefeito Josmail Rodrigues, com a parceria do meu mandato, com o Governo Estadual chegamos nesta 3ª edição já como um evento consolidado”.
Durante o evento, o prefeito Josmail também se mostrou comprometido com a construção de um futuro cinema para a cidade. “A cultura vive um momento diferente, principalmente em Bonito”. Quando você traz o cinema para uma cidade como esta, que é pequena, mas que leva o nome de Mato Grosso do Sul e do Brasil para o mundo, você dá oportunidade para que crianças tenham acesso a essa arte; estamos apostando no desenvolvimento da população”.
Semana recheada e iniciativa inédita
Este ano, o Festival realiza uma iniciativa inédita criada em conjunto com a prefeitura: As Pegadas da Memória do Cinema Sul-Americano. Em momentos especiais da programação (26/07 e 02/08), onze placas – pequenas esculturas simbólicas – serão moldadas com a palma da mão de onze artistas sul-americanos convidados, ao lado da marca da pata de um animal típico dos biomas sul-mato-grossenses. A proposta é transmitir uma mensagem de conexão entre o ser humano e o meio ambiente. As obras ficarão expostas inicialmente na praça central de Bonito (Praça da Liberdade) e, posteriormente, serão transferidas para o futuro cinema da cidade.
Nos próximos oito dias, a programação inclui três mostras competitivas: de filmes sul-americanos, ambientais e sul-mato-grossenses, além do Cine Memória, sessões infantojuvenis, oficinas de formação, seminários e debates sobre cinema, com a participação de cineastas e especialistas, vão proporcionar trocas de experiências sobre a produção cinematográfica na América do Sul.
A cerimônia de encerramento, marcada para o dia 2 de agosto, também no Auditório Kadiwéu, será apresentada por Cláudia Ohana e Thiago Lacerda e contará com a entrega dos Troféus e prêmios no total de R$ 57.500,00 aos vencedores das mostras competitivas.
O Bonito CineSur é uma realização da Associação Amigos do Cinema e da Cultura (AACIC), em parceria com o Ministério da Cultura (Governo Federal), por meio de emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet. Conta com patrocínio da Fecomércio-MS, Sesc, Emgea, Agência Nacional do Cinema (Ancine), Petrobrás, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Tem o apoio da Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico e da Prefeitura de Bonito, da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc) e do Governo de Mato Grosso do Sul, além do apoio cultural da Energisa e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) .
Confira a programação completa aqui