Bonito CineSur chega ao 6º dia com promessa de ser marco na agenda do cinema sul-americano

Bonito CineSur chega ao 6º dia com promessa de ser marco na agenda do cinema sul-americano

A 2ª edição do Bonito CineSur – Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito segue proporcionando debates, oficinas e exibições de filmes sul-americanos, com uma ampla programação, com produções cinematográficas do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Ampliando o leque de atividades em comparação ao ano passado, a edição deste ano oferece aos presentes e à população local quatro oficinas inteiramente gratuitas em áreas estratégicas para o ecossistema do audiovisual: Roteiro – ministrada por José Eduardo Belmonte; Assistência de Direção, ministrada pela diretora Marianne Macedo Martins; Interpretação para Cinema e TV, ministrada por Luciana Martuchelli; e Produção Executiva, ministrada por Camilo Cavalcanti.

Desse modo, o Festival se alinha a outros do gênero, no sentido de também cumprir uma função na cadeia do pensamento audiovisual, permitindo que uma região pouco assistida nessa seara da formação tenha a oportunidade de interagir e assimilar conhecimentos com profissionais renomados na área.

A quarta-feira (24) teve programação intensa e diversificada. Às 10h30, começou o debate da Mostra Competitiva Sul-Mato-Grossense, na Câmara Municipal de Bonito, que contou com a participação da curadora Jade Rainho e de Essi Rafael, diretor do documentário “As Quatro Estações da Juventude” (Brasil, 2024, 99 min). A obra mostra um estudante de cinema que registrou sua experiência em uma das melhores universidades do Brasil, da matrícula à formatura.

Essi ressaltou que exibir o filme no Bonito CineSur tem muitas importâncias. “Primeiro, o contato com o público. Ter esse momento na tela grande é uma das grandes motivações. E a gente aqui no Mato Grosso do Sul, a gente ficou um tempo sem um grande festival de referência. Eu sou de Aquidauana e a primeira experiência que eu tive com o Festival Cine Pantanal que era em Campo Grande foi fantástica. Além disso, há a importância de encontrar os colegas, de ver as outras pessoas que estão realizando cinema, é um estímulo mesmo, algo que te faz não desistir. Quando se tem um festival como esse, uma rede de apoio que é fortalecida durante os encontros que a gente tem, isso não tem preço.”

Às 15h, deu-se início à mesa de debate “Os Festivais de Cinema da América do Sul: Tradição, Resistência e Difusão”, com Cecília Diez (Festival de Cinema de Mar Del Plata – Argentina), Alfredo Bertini (Festival de Cine PE – Brasil), Renata Almeida (Mostra Internacional de Cinema de São Paulo – Brasil) e Gabriel Santiago Guzmán Sanabria (Festival Internacional de Cine de Cartagena de Indias – Colômbia).

Cada representante contou sobre a história e a trajetória do festival que representa, além de destacar os desafios e a importância de um evento que reúne tantas atividades relacionadas ao cinema para a cultura e a economia local.

Às 18h30, a Mostra Competitiva Ambiental exibiu o documentário “La Cadena” (Equador, 2023, 18 min), de Kerly Meneses Guerrero, no qual moradores de Cahuasquí lutam para proteger seu território de empresas mineradoras. Em seguida, foi exibido o documentário “Somos y Seremos Mar” (Argentina, 2024, 78 min), de Malena Blanco, que apresentou a sessão. O filme mostra mulheres indígenas de 36 nações marchando pela Patagônia até Buenos Aires em defesa de seus territórios.

Às 20h30, a Mostra Competitiva Sul-Americana começou com a exibição do curta “Ayer Será Igual Que Mañana” (Venezuela, 2023, 14 min), de Omar Arteaga. O filme mostra um editor de vídeo exausto que vive o mesmo dia repetidamente. Em seguida, foi projetado o documentário “Neirud” (Brasil, 2023, 71 min), que conta a enigmática história da lutadora circense em uma trupe clandestina, só de mulheres, nas décadas de 1960 a 1980. A diretora Fernanda Fayad esteve presente e agradeceu ao Festival pelo convite. “Obrigada ao CineSur por proporcionar esse espaço de encontro, de troca, de intercâmbio artístico, importante para nós realizadores e para o público. Esse é um filme muito pessoal, que expressa o amor e o afeto que a gente criou. A obra teve um processo de 10 anos e, nessa trajetória, é importante agradecer a todos que me acompanharam e foram parte da equipe do filme.”

Enquanto isso, o mais novo espaço do Festival, o Cine Bonito, estrutura com telona e sistema de som montada no Centro de Múltiplo Uso (CMU), recebeu dezenas de bonitenses para a pré-estreia nacional do tocante documentário “Invisível” (Brasil, 2024, 88min), de Carolina Vilela e Rodrigo Hinrichsen, que mostra o cotidiano dos surdocegos Claudia Sofia e Carlos Jorge, casados há 15 anos, no prédio onde vivem, em São Paulo.

Você pode conferir a programação completa clicando aqui. Já as fotos deste dia você vê clicando aqui.

Realização

O Bonito CineSur – Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito é uma realização da Associação Amigos do Cinema e da Cultura (AACIC) em parceria com o Ministério da Cultura e o Governo Federal, por meio de uma emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet, e conta com o patrocínio do Banco do Brasil, da Agência Nacional de Cinema (Ancine), dos Correios e da Caixa Econômica Federal.

O Festival tem o apoio do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundação de Turismo (Fundtur) e da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc), e o apoio cultural da Zoom Publicidade, da Greenlight Audiovisual, do Canal Brasil e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Texto: Theresa Hilcar
Edição: Éder F. Yanaguita
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